
Juiz reage a assalto e atira em ladrão
Quinta-Feira, 07/04/2016
A falta de segurança pública que vem colocando o Pará entre os Estados mais violentos do País atinge, inclusive, os que zelam pela Justiça. Quando transitava, por volta das 18h de ontem, pela avenida Pedro Álvares Cabral, em Belém, o juiz José Roberto Pinheiro e sua mulher foram vítimas de assalto por parte de 2 indivíduos armados que estavam em uma bicicleta.
Num ato instintivo de legítima defesa, para proteger a esposa que estava com uma arma apontada para sua barriga, o magistrado deu 2 tiros em direção a um dos assaltantes que, mesmo ferido, conseguiu fugir, sem ferir a mulher. O outro ladrão se rendeu e implorou para não ser morto.
A cena foi rápida e durou poucos minutos. Tudo ocorreu quando a esposa do magistrado retornava ao carro do casal após sair da casa de uma costureira. Já na rua, a mulher foi abordada por um dos assaltantes, que tentou puxar a sua bolsa. Assustada, ela pegou o objeto de volta. Foi aí que teve a arma apontada para a sua barriga, provocando a reação do juiz.
Após atingir 1 dos bandidos o magistrado acionou a polícia e permaneceu no local esperando a chegada das viaturas. Porém, o juiz José Roberto foi avisado por moradores da área que comparsas da dupla de ladrões estavam observando toda a cena e poderiam contra tacar o magistrado.
JUSTIÇA
José Roberto Pinheiro é juiz militar e atua como convocado no TJ-PA. Quando estava na Justiça Militar recebeu ameaças de morte. Por essa razão anda armado.
O TJ-PA vai instaurar um inquérito para apurar os fatos e designar um desembargador para presidir a comissão, cujo relatório será encaminhado para o Ministério Público, que dará um parecer sobre a atitude do magistrado, podendo pedir ao arquivamento do caso se avaliar que José Roberto agiu em legítima defesa. Ao final, será julgado pelo Pleno do TJ-PA.
VIOLÊNCIA PREDOMINA, DIZ PRESIDENTE DE ASSOCIAÇÃO
Heyder Tavares Ferreira, presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Pará (Amepa), lamentou que a violência predomina não apenas no Pará, mas no Brasil como um todo e que vem atingindo cada vez mais integrantes do Judiciário.
Ele lembrou que, na semana passada, uma magistrada de São Paulo ficou
meia hora refém nas mãos de um homem que ameaçou incendiá-la.
(Luiz Flávio/Diário do Pará)